Sindrome de Irlen

20/08/2011 21:44

 
MÉTODO IRLEN: UMA ESPERANÇA PARA PESSOAS COM PROBLEMAS NA LEITURA.


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Em tempos passados, pais e professores só precisavam se preocupar com o conteúdo ensinado na escola, como se fosse possível a simples transmissão direta de um indivíduo para outro. Hoje, sabe-se que devem ser outras as competências dos adultos, entre elas a habilidade de identificar o que pode estar causando problemas no processo de aprendizagem e nas relações interpessoais. Mesmo assim, quando uma pessoa apresenta dificuldades escolares, elas ainda são frequentemente confundidas como alguém que tem menor capacidade intelectual. O problema real, porém, pode estar em como um indivíduo percebe letras, números e símbolos. 

Entre os distúrbios conhecidos, está a Síndrome de Irlen, uma dificuldade relacionada à manutenção da atenção, compreensão e memorização e à atividade ocular durante a leitura, cuja consequência é um déficit de aprendizado, que pode comprometer também o comportamento individual e as relações sociais. 

A Síndrome de Irlen – que recebeu o nome da Dra. Helen Irlen, psicóloga americana responsável pela descoberta e pelos estudos internacionais sobre o assunto – ainda é muito pouco difundida no Brasil, apesar de já ser investigada há mais de 25 anos na América do Norte e de haver centros de diagnóstico e tratamento em 42 países. 

As pesquisas indicam que cerca de 46% das pessoas com dificuldades escolares têm Síndrome de Irlen, condição que afeta pessoas de todas as idades, com inteligência normal ou superior à média e está relacionada à desorganização, no cérebro, das informações recebidas pelo sistema visual. Sua causa é a sensibilidade a certas ondas de luz, o que provoca, por exemplo, distorções no material de leitura e escrita, resultando em menor qualidade no desempenho escolar e de vida. 

A SI gera dificuldades nas atividades diárias e escolares, pois produz desfocamento, distorções do material gráfico, inversões de letras, trocas de palavras, perda de linhas no texto, desconforto nos olhos, cansaço, distração, sonolência, dores de cabeça, enxaqueca, hiperatividade, irritabilidade, enjôo e fotofobia, tudo isso após um intervalo relativamente curto de esforço despendido no processamento das informações visuais. 

Além das intervenções psicopedagógicas e médicas mais comuns, a utilização do Método Irlen – avaliação do problema e indicação de sobreposições coloridas (transparências de acetato) sobre os textos ou filtros seletivos (lentes coloridas) – ajuda indivíduos com problemas comportamentais, emocionais e com dificuldades escolares, pois melhora a fluência da leitura e a atenção sustentada, resolvendo casos de leitura mais lenta e segmentada, com comprometimento de memorização, compreensão e aprendizagem. 

No Brasil, um excelente trabalho nesta área tem sido desenvolvido no Hospital de Olhos de Minas Gerais, onde uma equipe multidisciplinar e avaliadores preparados nos cursos de Capacitação em Síndrome de Irlen forma profissionais para identificar portadores dessa síndrome, apresentando-lhes as características da condição, suas consequências e orientando a sua recuperação.